2012
Na lembrança dessa bela melodia de Ivan Lins que recebi com grande pesar a decisão do Supremo Tribunal Federal sobre o pedido da Ordem dos Advogados do Brasil de revisão da Lei de Anistia.
Evocou o Ministro Presidente dessa Suprema Casa que o homem deve perdoar. Data vênia Ministro, creio que a Justiça nasceu para coibir violações; sendo ela cega, creio que ela não deve se preocupar com o perdão.
O que falar para mães, pais, irmãos e amantes que tiveram seus entes queridos roubados pela Ditadura? Perdoa ou Justiça? Talvez, Perdoa Justiça?
O perdão faz parte do homem, mas a Justiça deveria fazer parte do Estado. Não espero do Estado o Perdão e sim a Justiça. Fui banhado esta manhã pelo sentimento de impunidade, pois enquanto mães ainda choram sem ter notícias de seus filhos; agressores comemoram porque foram contemplados pelo Perdão do Estado!!!
Lamento profundamente que ainda Viva no Estado do Pão e Circo… 2010 o ano da copa, o ano de anúncio da Copa e Olimpíadas no Brasil, o ano de eleições e o ano da impunidade!!!
Parabéns aos Ministros Ayres Brito e Ricardo Lewandowski que ousaram “desafiar o sistema” e almejaram o mais amplo sentido da palavra JUSTIÇA.
Termino com a consciência de que não me omiti perante a Sociedade Brasileira e meus alunos, mas com a tristeza de que o Brasil ainda está muito distante de nossos vizinhos sul americanos que tiveram a coragem de expedir ordens de prisão para seus generais / carrascos.
Cito as palavras o Ministro Ayres Brito “a humanidade não é o homem para se dar as virtudes do perdão. Em certas circunstâncias, o perdão coletivo pode significar falta de memória e falta de vergonha. Convite masoquistico à reincidência”
Pois é Ivan, “somos todos iguais nesta noite” outra vez…
Muito obrigado pela atenção.
Parabéns a todos pela busca do conhecimento.
Abraços.
Prof. Ahyrton Lourenço.