Sobre grande inquietação internacional e com os holofotes voltados para a crise internacional desencadeada pela desestruturação financeira Americana foi aberta ontem, 24 de outubro de 2008, a 63ª Sessão Ordinária da Assembléia Geral da ONU, em Nova York.

O evento foi aberto pelo Secretário-geral Ban Ki-moon, seguido por um pronunciamento do Presidente do Brasil, Luis Inácio Lula da Silva, país que abre tradicionalmente a cerimônia, precedida por um discurso do presidente estadosunidense George W. Bush, na qualidade de representante do país sede da ONU.

Discursou na seqüência o chefe de Estado francês, Nicolas Sarkozy, que ocupa a Presidência rotativa da União Européia.

O Presidente brasileiro declarou em seu discurso de abertura que “Está em curso a construção de uma nova geografia política, econômica e comercial no mundo. No passado, os navegantes miravam a estrela Polar para encontrar o Norte. Hoje, estamos procurando as soluções de nossos problemas contemplando as múltiplas dimensões de nosso planeta. Nosso Norte, às vezes, está no Sul.”.

Manifestou-se o Presidente Lula sobre a crise financeira mundial e criticou a falta de regulação dos mercados, a ação de especuladores internacionais e falta de transparência das atividades financeiras internacionais.

Em aparente “campanha de defesa nacional” relatou o Presidente Brasileiro que o Brasil está vencendo a luta contra a pobreza: “Não é mais possível deixar-se impunemente uma região sofrendo de fome. Tenho orgulho de dizer que o Brasil está vencendo a fome e a pobreza. Dispomos de sentimento, razão, vontade para vencer qualquer adversidade. Esse, é mais do que nunca, o espírito dos brasileiros.”.

À parte do “lobby” brasileiro, realmente o Brasil mostra um esboço de melhora, mas estamos ainda longe de vencer os problemas sociais internos. Conforme pesquisa do IBGE, publicada hoje, em 24 de setembro de 2008, pela Folha On-line: “De 31,8% em 2002, a porcentagem dos domicílios abaixo da linha da pobreza caiu para 23,5% em 2007. O índice corresponde a cerca de 14,1 milhões de famílias que viviam, em 2007, com renda mensal per capita de até R$ 190”[1].

Presidida pelo ex-chanceler da Nicarágua Miguel d’Escoto Brockman, verifica-se que o grande “fantasma” dessa Sessão é situação econômica mundial. O Presidente George W. Bush assegurou, em seu discurso de abertura, aos líderes mundiais que seu governo trabalha intensivamente para conter a crise financeira que ameaça a economia de todo planeta[2].

Miguel D’Escoto, luta “para democratizar” as Nações Unidas para que o organismo lute contra o atual sistema econômico e político mundial e apóia as medidas de reforma do Conselho de Segurança.

Mas o verdadeiro clima dessa Reunião Ordinária demonstra que se teme que a crise internacional nos países desenvolvidos agrave ainda mais a situação dos países em desenvolvimento, pois estes, mais urgentemente, necessitam de investimentos internacionais.

Torço que a ONU consiga com suas políticas internacionais a diminuição das desigualdades global e que, na lição do Brasil, possa no ano que vem discursar que também está “vencendo a luta contra a pobreza”.

Parabéns a todos pela busca do conhecimento.

Grande abraço a todos.

Prof. Ahyrton Lourenço

[1] Extraído de Folha On-line: < http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u448306.shtml>

[2] Extraído do Centro de Notícias da ONU: < http://www.un.org/spanish/News/fullstorynews.asp?newsID=13530&criteria1=EEUU&criteria2=Asamblea>